Nasce uma Rainha: Netflix aposta em reality de drag queens para trazer mais diversidade à plataforma

O programa, estrelado por Gloria Groove e Alexia Twister, já está disponível e apareceu algumas vezes entre os programas mais assistidos.

Os fãs e admiradores da arte drag estão muito bem-servidos. Em novembro, a plataforma de streaming Netflix liberou a primeira temporada do reality Nasce uma Rainha. O programa, estrelado por Gloria Groove e Alexia Twister, está disponível desde o último dia 11 e já apareceu algumas vezes entre os programas mais assistidos e recomendados da própria plataforma.

O reality

Nasce uma Rainha chegou com uma quantidade de episódio tímida (apenas seis), mas com pontos fortes, como uma direção de arte que não deixa nada a desejar. Em quarenta e cinco minutos somos apresentados a personagens da vida real com histórias verdadeiramente inspiradoras.

A série nos apresenta a seis pessoas que, apesar de um contato prévio com a arte drag, ainda se sentem inseguras ou desejam aperfeiçoar sua prática.

Conhecemos histórias das mais variadas: desde uma professora drag que ensina inglês para travestis na Casa 1 – instituto focado na acolhida da população LGBTQIA+ de São Paulo -, até uma comediante que deseja explorar seu lado drag king e resolver conflitos de aceitação na sua própria família,

A estrutura da série segue uma receita simples porém eficaz. Bebendo muito da fonte de programas de fashion makeover, Nasce uma Rainha primeiro nos apresenta ao protagonista de cada episódio para depois o acompanharmos em aulas de dança, maquiagem e estilo. Paralelamente conhecemos um pouco dos seus conflitos familiares, com a presença de pessoas que não o aceitam completamente, para que, ao final do programa, esse conflito também seja solucionado com a experiência de transformação.

Gloria e Alexia dão um show de condução no programa. De maneira bem natural, elas se colocam como as madrinhas das personagens com o objetivo de orientá-las a encontrar sua rainha interior.

Produção e Divulgação

Por ser uma produção original da Netflix, deu para perceber que a plataforma realmente investiu na série. Desde o cuidado com a direção de arte até a produção para o show final dos participantes, é notório que a intenção foi fazer algo bem-feito.

Além de um planejamento de mídia com entrevistas com as apresentadoras nas vésperas do lançamento em vários veículos, a divulgação do reality também foi explorada nas redes sociais.

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Para o YouTube, alguns materiais de branded content foram pensados como forma de divulgar o seriado. Nesse primeiro, Gloria e Alexia dão conselhos para quem também deseja se tornar uma rainha.

Nesse segundo, as apresentadoras lêem tweets de fãs que contam alguns conflitos familiares para o quadro “Assuntos de Família”.


Netflix e diversidade: casamento que deu certo

Não é de hoje que percebemos um interesse legítimo da plataforma em apostar em produções que tenham o máximo possível de diversidade: seja ela de gênero, de raça ou sexual.

Originais como Sense8, Orange is The New Black e Sex Education mostram bem essa preocupação com a temática. O mesmo vale também para outras aquisições da plataforma, como a série Pose, o filme Alice Júnior e o reality RuPaul’s Drag Race, esse último exercendo uma inegável influência no programa de Gloria e Alexia.

O mais bacana disso tudo é ver que Nasce uma Rainha é um passo à frente para a produção de conteúdo LGBTQIA+ no Brasil, assim como a animação brasileira Super Drags foi em 2018. De passinho em passinho, a gente segue conquistando mais espaços.

* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Criadores iD