Felipe Neto, Ambuplay e Clone: Youtubers se posicionam em relação à perda de monetização no YouTube

O YouTube especificou as políticas de monetização dos canais no ano passado e youtubers brasileiros comentaram sobre a perda de monetização no youtube.
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O YouTube especificou as políticas de monetização dos canais no ano passado. Tudo começou após muitos anunciantes romperem com a plataforma porque tinham seus conteúdos veiculados em vídeos racistas, homofóbicos ou de violência, especialmente após o vídeo polêmico do Logan Paul. Na última semana, vários youtubers brasileiros, principalmente de games, se manifestaram sobre o assunto.

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O Ricardo Lisida, do AmbuPlay, explicou em um vídeo sua situação. Disse que no ano passado, o YouTube retirou a monetização de cerca de 600 vídeos do canal, que existe desde 2011 e é a fonte de renda de sua família.

Ele contou que a monetização foi retirada porque o YouTube não está mais tolerando conteúdo de terror nos vídeos. O processo começou há certo tempo, e o Ambuplay foi se adequando às diretrizes ao longo dos anos, com mudanças nos vídeos.

O Henrique, do Clone, também publicou um vídeo comentando o assunto. Ele prometeu ao seu público que o canal não irá acabar, mas devido às restrições deverá sofrer alterações de conteúdo.

O YouTube é bastante específico em suas políticas para criadores. Conforme as diretrizes, “cada criador de conteúdo é único e contribui para o dinamismo do YouTube”. Mas eles também salientam que os anunciantes têm a opção de escolher onde exibir seus anúncios.

A monetização é avaliada através de algoritmos, que avaliam o conteúdo através do áudio, das tags, do título, da descrição e das imagens do vídeo. A ferramenta está sempre sendo aprimorada para que vídeos não sejam desmonetizados injustamente.

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Em caso de retirada da monetização, o criador pode pode entrar em contato com o YouTube para que o vídeo seja revisado. Caso o conteúdo esteja de acordo com as diretrizes, a monetização do vídeo volta.

Alguns dos pontos das diretrizes do YouTube são: nudez ou conteúdo sexual, conteúdo explícito ou violento, conteúdo prejudicial ou perigoso, assédio e bullying virtual, conteúdo de incitação ao ódios e ameaças.

O Felipe Neto questionou a forma de operar do YouTube e associou à forma como a TV lida com os anunciantes. Segundo ele, agora os produtores de conteúdo não estão mais criando e veiculando assuntos para o público e sim para os anunciantes, por conta de todas as adequações necessárias.

Ele também falou sobre a nova forma de monitoramento do conteúdo: os comentários dos vídeos. Felipe Neto disse que o YouTube alegou que a monetização de um de seus últimos vídeos foi retirada por esse motivo.O youtuber ironizou o posicionamento da plataforma e julgou como “inacreditável”, pois os criadores não conseguem monitorar o que será publicado nos comentários de seus vídeos.

 

O Posicionamento do YouTube

Um dos casos de maior repercussão, e que incentivou a inclusão de um moderador humano nas avaliações de postagens e conteúdo, é do youtuber americano Logan Paul. Ele foi até a “floresta do suicídio”, no Japão, e exibiu um cadáver em um de seus vídeos.

O YouTube se manifestou sobre o caso em seu Twitter depois de muitos questionamentos sobre a permanência do canal na plataforma.

A plataforma publicou uma nota em seu blog em fevereiro deste ano explicando novas medidas que podem ser tomadas em casos raros de violações às suas políticas. Elas serão aplicadas quando o YouTube julgar que algum criador causou danos generalizados à comunidade de criadores, visualizadores e anunciantes.

Na nota, o YouTube informa que, além das medidas já existentes, canais poderão ser removidos do Google Preferred (programa de anunciantes), terem a monetização suspensa ou ficar de fora das recomendações da plataforma.

“Acreditamos fortemente na liberdade de expressão e sabemos que a maioria esmagadora de vocês segue as diretrizes e entende que você faz parte de uma comunidade grande, influente e interconectada. Mas também sabemos que temos a responsabilidade de proteger toda a comunidade de criadores, telespectadores e anunciantes dessas situações raras, mas muitas vezes prejudiciais. Nós esperamos emitir essas novas conseqüências somente em um punhado de casos raros, mas espero que eles nos ajudem a evitar que as ações de alguns prejudiquem a comunidade em geral.”