Youtubers enfrentam machismo nos comentários de vídeos

Youtubers enfrentam machismo nos comentários de vídeos e algumas respondem a altura dos espectadores inconvenientes. Recentemente foi a vez de Dani Noce.

Engana-se quem pensa que os comentários do YouTube são apenas elogios. Por ser uma plataforma que permite que os usuários consigam expor suas opiniões, muitas vezes sem nem mostrar o rosto, alguns youtubers acabam sendo vítimas de comentários extremamente desnecessários. Recentemente, a youtuber de culinária Dani Noce recebeu um comentário desagradável e respondeu à altura!
 

Desculpe o transtorno, preciso falar do Felipe Brasil pic.twitter.com/T3wkK0J9QP

— Danielle Noce (@nocedanielle) 21 de setembro de 2016

Casos como o Dani Noce são frequentes no YouTube. Inscritos sentem-se com liberdade para opinar sobre a aparência dos produtores de conteúdo, principalmente quando quem está no vídeo é uma mulher. Não é raro ver que as pessoas, ao invés de julgar o conteúdo de uma youtuber, acaba criticando o cabelo, pele, maquiagem ou até definindo se é bonita ou não. Críticas que você vê em menor escala quando se trata de canal de youtuber homem.
Os assuntos podem ser os mais aleatórios possíveis, como é o caso da youtuber Dani Russo que, no vídeo de comemoração de 2 milhões de inscritos, acabou recebendo comentários ofensivos sobre sua aparência. E não é difícil encontrar comentários ofensivos em seu canal. Após viralizar com vídeos com playlist de funk, muito usuários sentiram-se no direito ofender a youtuber por conta de seu estilo musical preferido, o que nunca será uma justificativa para receber tais palavras.
 

Machismo comentátios

Mesmo quando um vídeo não tem um conteúdo que possa servir de “desculpa” para palavras agressivas, usuários continuam objetificando as youtubers e as colocando em situações desagradáveis. Como é o caso de Gabie Faddel, que fez um vídeo pintando o cabelo de azul e recebeu comentários do tipo:
 

machismo comentários

Além do YouTube, os criadores de conteúdo reúnem-se para participar de quadros interativos na televisão, como é o caso do “Bate ou Regaça”, comandado por Júlio Cocielo. No quadro, ele e seus convidados precisam cumprir desafios e o perdedor ou apanha ou sofre outra consequência. Em uma edição especial convidaram as youtubers Malena, Foquinha e Maju Trindade, porém, desde o início foi deixado claro que as meninas não seriam agredidas. Mas parece que alguns usuários queriam ver mulheres apanhando.

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O comentário pode parecer inofensivo, porém, em um país onde a cada dois minutos, cinco mulheres são agredidas violentamente, segundo pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo em parceria com o Sesc, é problemático que ainda existam pessoas que desejam ver mulheres, que não são esportistas, apanhando
Atualmente existem recursos na plataforma do YouTube onde se pode bloquear termos e palavras para eles não serem exibidos nos comentários. Um inscrito comum pode até não enxergar aquelas ofensas, mas infelizmente ela fica armazenada e pode ser acessada pelo dono do canal.
 

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Mesmo que youtubers façam vídeos reclamando deste tipo de comentário, a impressão que dá é que ao invés de conscientizar os usuários, a denúncia e não aceitação de ser ofendida incentiva mais ainda os haters a comentarem coisas degradantes.
Um exemplo disso foi quando youtubers gamers mulheres se juntaram para falar sobre o machismo que existe na comunidade gamers. Resultado? Comentários machistas no vídeo e homens fazendo vídeo resposta para desmerecer as denúncias das mulheres.


Ainda não há efetivamente uma política que consiga levar ao tribunal pessoas que fazem comentários agressivos no YouTube, principalmente pela  questão do anonimato. Mas já  existem processos em trâmite e as plataformas estão trabalhando cada vez mais para acatar as denúncias de conteúdos ofensivos e exclusão destes usuários.