Dados privados de 50 milhões de usuários do Facebook foram utilizados em campanha de Trump

Dados privados de 50 milhões de usuários do Facebook foram utilizados em campanha de Trump pela empresa Cambridge Analytica
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A companhia Cambridge Analytica utilizou dados privados de mais de 50 milhões de usuários do Facebook para direcionar propaganda política da campanha de Donald Trump. A empresa de Mark Zuckerberg anunciou no sábado o desligamento da Strategic Communication Laboratories (SCL) por violar a política de privacidade da plataforma, já que a análise de dados que a Cambridge Analytica teve acesso foi da SCL. Em meio a essa situação, o valor de mercado do Facebook caiu de quase US$ 538 bilhões (valor de sexta-feira) para cerca de US$475 bilhões (valor de terça-feira), desvalorizando mais de US$60 bilhões em menos de quatro dias.

Quem está à frente da Cambridge Analytica é Robert Mercer, apoiador de Trump e bilionário conhecido por financiar causas ativistas da extrema direita dos Estados Unidos, e Steve Bannon, principal assessor do presidente dos Estados Unidos durante sua campanha.

Christopher Wylie, que trabalhou na Cambridge Analytica até o fim de 2014, disse em entrevista ao The Guardian que os dados eram usados para criar modelos e explorar o que já se sabia a respeito desses usuários do Facebook, e então direcionar as propagandas da campanha política de forma personalizada. Além dessa prática ser proibida nos Estados Unidos, o Facebook também proíbe que os dados dos usuários sejam comercializados ou utilizados para fins de publicidade.

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A Cambridge Analytica também participou na campanha para a saída do Reino Unido da União Europeia em 2016 e tanto a empresa quanto o Facebook estão sendo investigados pelas autoridades britânicas pela utilização de dados privados de forma ilegal durante a campanha.

Nos Estados Unidos, a companhia de Mark Zuckerberg está sendo investigada pela Federal Trade Comission (FTD), agência do governo de proteção aos consumidores.

O escândalo já atingiu proporções grandes suficientes para que usuários começassem uma campanha de boicote ao Facebook. Brian Acton, um dos criadores do WhatsApp aderiu ao boicote e twittou que estava saindo da rede social.

 

A Cambridge Analytica já tem sede no Brasil. André Torretta, sócio da empresa no Brasil e marqueteiro político, fez uma parceria com a Cambridge Analytica e planejava utilizar os dados em campanhas das eleições de 2018. Após as notícias do escândalo, André Torreta disse ao El País que anunciou o fim da parceria.